Pieter Brueghel, o Velho, foi o primeiro de uma família de pintores famosos. Nasceu cerca de 1525 numa aldeia perto de Breda e veio a falecer em 1569. Estudou pintura com Pieter Coeck, tornando-se mestre da Guilda dos Pintores de Antuérpia em 1551. O primeiro trabalho conhecido é O Porto de Nápoles, pintado durante uma viagem a Itália, cuja paisagem o marcaria profundamente. Embora as informações biográficas sejam escassas, a sua obra ficou como testemunho da mestria e da originalidade da sua arte. Brueghel conseguiu seguir um caminho próprio, liberto dos cânones tradicionais baseados na arte italiana. O simbolismo e o fantástico da pintura de Bosch terá sem dúvida influenciado as primeiras gravuras (As Sete Virtudes e os Sete Vícios) e as pinturas em que demonstra o interesse pela vida nos campos, não sem uma ponta de ironia. Nestas pinturas representava inúmeros camponeses em plena atividade, mas com o tempo desenvolveu um estilo mais natural e mais sólido, apresentando menos figuras. A Parábola dos Cegos, A Dança do Camponeses e Casamento de Camponeses contam-se entre as últimas obras, e aí a ironia desapareceu, dando mesmo lugar à descrição dos horrores infligidos às povoações em plena época de perseguições. Esta atitude não era isenta de riscos e o pintor teria mesmo destruído algumas obras para proteger a família.
A obra de Brueghel simplificou a realidade para a pôr ao serviço da sua visão do universal, mostrando a tragédia e a sabedoria de fundo popular.
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