sábado, 8 de dezembro de 2012

Natureza - Morta, Como Fazer/Luciano Cortopassi


Natureza-morta é um dos temas que melhor permitem ao artista explorar a riqueza da cor contida no próprio óleo. Grandes mestres de todas as épocas aproveitaram ao máximo essa qualidade, um exemplo maior, foi Pedro Alexandrino, pintando frutas reluzentes, cintilantes gotas de orvalho, brilhantes peças de vidro e tachos de metal, cheios de cor e luz.
Para os principiantes, a natureza-morta oferece a oportunidade de trabalhar com uma composição  que, dando-lhe controle total sobre o arranjo, a iluminação e o esquema de cores, constitui excelente ponto de partida para explorar um conjunto de habilidades comuns a todos os tipos de pintura a óleo.

As possibilidades de escolha para compor uma natureza-morta são virtualmente ilimitadas. Frutas e hortaliças são elementos muito usados por apresentarem formas simples e cores sutis. Mas você pode substituí-las por objetos domésticos, principalmente se derem um toque mais pessoal à obra.

Antes de dispor os elementos de sua natureza-morta, defina o ângulo de visão que pretende adotar, pois ele determinará o arranjo. Em geral a composição é focalizada de cima para baixo, já que esse ângulo ajuda a criar uma sensação de espaço, que pode reforçar planejando o arranjo da frente para trás.
No entanto, se preferir enfocar o arranjo de frente, arrume os objetos para serem vistos na extensão da pintura, pois neste nível você não tem exata noção de profundidade.
Se você pretende fazer um simples estudo, não vale a pena gastar tempo com o arranjo. Mas se planeja uma pintura definitiva, não hesite em passar horas, caso necessário, para compor o melhor arranjo possível.
Ao compor um arranjo, tenha em mente os seguintes pontos: Aumente o interesse visual escolhendo objetos de tamanhos diferentes; Varie as texturas: rígida e macia, áspera e lisa, grossa e delicada; Uma toalha de mesa contrasta bem  com a maioria dos objetos domésticos e constitui uma boa maneira de quebrar o espaço do primeiro plano; Equilibre cores quentes e frias: se o arranjo for predominantemente verde e amarelo , Por exemplo, acrescente algo azul ou roxo; 

Procure equilibrar formas e tamanhos. Experimente começar com um arranjo marcadamente geométrico e deixe seu senso de composição desenvolver o resto.
Aproveite ao máximo a oportunidade de testar os recursos da composição: por exemplo:, use cores para conduzir o olhar do observador pela pintura. Arrume a iluminação de modo a criar padrões interessantes de luz e sombra. Procure refletir a luz nas áreas de sombra, para torná-las mais vivas.
Coloque os objetos perto do fundo – uma parede ou uma placa – para obter melhores resultados.
Uma vez definido o arranjo, deixe-o num local isolado, onde possa permanecer por largo período, para você refinar os detalhes ou refazer algumas partes.
Coloque o cavalete de maneira que permita olhar da tela para o motivo e vice-versa com o mínimo de movimento ocular. Procure sentar-se de tal modo que uma linha imaginária partindo de seus olhos para o arranjo passe pela lateral do cavalete.
Em geral é melhor pintar naturezas-mortas (alla-Prima), ou seja trabalhando sobre a tela de uma só vez e deixando para desenvolver cada objeto posteriormente, em etapas sucessivas.
Comece trabalhando do escuro para o claro a fim de obter contornos bem misturados e gradações sutis de tons. E use o tempo que precisar para exercitar-se no controle de cores. Experimente, por exemplo, repetir cores em áreas diferentes, para unificar a composição.
Acima de tudo, estude com atenção as áreas de sombra e não esqueça que poderá ter algumas surpresas: seguindo a regra de que as cores dos objetos na sombra sofrem mudança de temperatura, provavelmente a parte sombreada de uma maçã amarelada, por exemplo, apresentará um reflexo azulado.

Experimente colocar alguma ação em suas naturezas-mortas, para dar maior interesse. Como você não pode mostrar formas em movimento, reproduza resultados de atividades ocorridas antes.
Pedaços de frutas, sobras de alimentos, louças quebradas são bons expedientes para indicar que a mão humana agiu sobre os elementos representados na tela. Outro recurso bastante comum consiste em incluir no arranjo um recipiente entornado, com seu conteúdo espalhado. Contraste as tonalidades e as temperaturas das cores com o resto do quadro, para dar maior variedade ao conjunto.

Se desejar maiores informações sobre o tema, ou marcar uma aula experimental comigo, mande um e-mail para: dersampasp@hotmail.com

Texto: Luciano Cortopassi

Obra de Pedro Alexandrino, mestre brasileiro da natureza-morta





Um comentário:

  1. oi eu gostei muito de sua tese sobre natureza-morta e queria saber se tem como você me fornecer quais são o maiores pintores desta arte, isso sera de grande ajuda a min se puder responder minha pergunta ainda hoje

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