segunda-feira, 31 de dezembro de 2012

John Constable / Luciano Cortopassi


Autodidata, John Constable mudou-se para Londres quando tinha vinte anos de idade, dedicando-se ali a copiar obras de Claude le Lorrain e Rembrandt e a estudar as leis da óptica, das cores e da luz, interessando-se também por geologia, a fim de compreender a formação e a estrutura das rochas, do solo.
Diferente dos pintores que eram seus contemporâneos, Constable preferia pintar ao ar livre e se recusava a estudar no estrangeiro, o que, na época, era considerado indispensável à formação do artista. Por essas razões, era considerado um excêntrico, o que contribuiu para que sua pintura fosse apreciada, durante grande parte da sua carreira, apenas por um pequeno grupo de críticos.

Cromatismo sóbrio

Em 1824, contudo, ocorre uma reviravolta na carreira de Constable: sua paisagem "O carro de feno" é premiada no Salon de Paris, o que desperta grande interesse por sua obra.
Nessa época, o pintor, depois de se mudar para Brighton, uma cidade litorânea, produz algumas de suas mais belas paisagens; dentre elas, "A praia de Brighton" e "Caminho para o mar". São trabalhos de um cromatismo sóbrio, compostos por meio de pinceladas destacadas, que mais tarde influenciariam Delacroix.
Constable voltaria a viver em Londres no ano de 1828, quando passa a fazer conferências e a ensinar pintura na Royal Academy of Art.
Precursor da pintura de paisagens ao ar livre, Constable transformou esse tema num gênero autônomo dentro da pintura do século 19. Sua preocupação com os efeitos de mutação da luz leva-o, inclusive, a pintar versões do mesmo motivo sob diferentes condições atmosféricas. Técnica, aliás, que, anos depois, teria influência decisiva sobre os impressionistas.
Dentre suas pinturas, pode-se ainda citar "Wivenhoe Park", "A ponte sobre o Stout" e "Hampstead Heath".










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