Courbet freqüentava o Louvre e a Academia Suíça, mas também pintava na floresta de Fontainebleau. Cedo adquiriu um método de pasta espessa, amiúde aplicado à espátula, de efeito vigoroso.
Em 1844 seu "Retrato com cão negro" foi aceito para a exposição anual do Salão de Arte. Nos anos seguintes, só parte de seus envios seria aceita. No entanto, data dessa época uma esplêndida série de auto-retratos, como "O violinista" e "Homem com cinto". Courbet jactava-se de desagradar o júri do Salão e via nas recusas a prova do seu valor.
Esquerdismo
Após viajar aos Países Baixos e Inglaterra, fixou-se em Paris em 1848, onde se ligou a Baudelaire, Proudhon, Champfleury e Murger. Republicano ardente, cedo se tornou figura notória por discursos acalorados nos cafés.
Em 1850 apresentou ao Salão "Quebradores de nozes", o primeiro quadro de tema proletário e "Enterro em Ornans", cujo realismo fez escândalo. Sem dúvida a oposição a sua arte seria menos violenta, não fosse seu manifesto esquerdismo.
Entre seus partidários encontrava-se o colecionador Bruyas, de quem se tornou amigo. Dessa amizade originou-se o quadro "O encontro", comumente chamado "Bom dia, Sr. Courbet", que representa o colecionador e seu criado saudando o pintor, e simbolizava, segundo este, o dinheiro saudando a arte.
Caminho aberto aos impressionistas
Em 1855 enviou onze telas à Exposição Universal, vendo recusado seu imenso "O ateliê", chamado pelo artista "alegoria real". Nele retratou seus ódios e amizades. No centro, ele próprio, pintando uma paisagem. Baudelaire, colocado à direita, simboliza a poesia realista. Atrás do cavalete, um boneco dependurado representa as convenções artísticas; um violão e um chapéu de mosqueteiro jogados no chão, à esquerda, seu desprezo pelo romantismo.
Inconformado, Courbet resolveu fazer uma exposição particular de cerca de quarenta quadros seus que conseguiu reunir - um Salão dos Recusados particular, pioneiro das manifestações dos impressionistas contra a arte oficial. Nessa ocasião, a crítica, sempre irônica ante o conteúdo político-social de suas pinturas, não pôde deixar de reconhecer seu valor.
Sua influência atingiu a Bélgica e a Alemanha, onde estivera em 1858-59. Em 1870 foi eleito presidente da comissão de museus. Com grande escândalo, recusou a Legião de Honra, alegando não querer ser condecorado por Napoleão 3º.
Participando da Comuna de Paris, decretou o desmonte da coluna Vendôme. Restabelecida a ordem, foi responsabilizado pela depredação e condenado a seis meses de prisão. Em 1873, obrigado a pagar a reconstrução da coluna, refugiou-se na Suíça, onde recomeçou a pintar retratos e paisagens.
Sua saúde abalada agravou-se com a notícia da venda de seus bens, inclusive os quadros, vindo a morrer de cirrose em 1877.
Foi enorme a influência de Courbet. Combatendo a arte acadêmica convencional, criou um estilo enérgico que dá nova importância aos menores fatos da vida cotidiana, abrindo caminho aos impressionistas
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