segunda-feira, 12 de novembro de 2012

Paisagens urbanas/Luciano cortopassi


Desde a Idade Média gravadores e desenhistas preocuparam-se em registrar a paisagem urbana. As obras desse período mostravam artesãos e mercadores que exerciam suas atividades tendo como elemento de fundo a própria cidade, com suas fortalezas e castelos, muralhas e mosteiros, ruas e praças. Veneza, Gênova e Pisa estavam entre as principais cidades italianas retratadas pelos artistas medievais. No século XVIII, Veneza foi também o tema das obras de Giovanni Antonio Canal (1697 – 1768 ), que ficou conhecido como Canaletto e foi o mais famoso pintor  de vistas urbanas em sua época. No século XX, entre os vários artistas que se dedicaram à observação minuciosa das cidades pode-se citar o francês Maurice Utrillo (1883-1955) que descobriu novos encantos em paisagens por demais conhecidas de Paris.
Ao longo do tempo, porém, os artistas não se limitaram a retratar os vários aspectos de uma cidade. Muitos deles participaram da própria edificação de centros urbanos, elaborando mapas, desenhando plantas arquitetônicas, além de esboços dos prédios que viriam a ser construídos.
Nas cidades que conhecemos hoje, o contraste entre os antigos e novos edifícios, assim como os traçados urbanísticos – que podem incluir amplas avenidas e tortuosas vielas – continuam proporcionando material rico e estimulante ao artista.
A descrição da paisagem urbana requer conhecimento de estilos arquitetônicos e das regras de perspectiva. Mais do que isso, porém, é preciso observar atentamente o vigoroso ritmo das formas, os contrastes de cor e a própria incidência da luz, que pode transfigurar uma paisagem.
As formas geométricas dos edifícios modernos parecem induzir ao uso do lápis e do carvão.Com estes materiais, pode-se reproduzir com facilidade as estruturas lineares, as grandes massas e as zonas de sombra e luz.
Para retratar os prédios antigos e históricos costuma-se recorrer a materiais mais flexíveis, como pastel ou óleo, que permitem criar contrastes cromáticos. Muitas vezes, contudo, o artista altera estes elementos, escolhendo os materiais de acordo com a impressão que o motivo lhe transmite.

Texto: Luciano Cortopassi
Catedral da Sé São Paulo: Luciano Cortopassi



















   La rue Cortot à Montmartre: Maurice Utrillo


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