terça-feira, 23 de outubro de 2012

Pontilhismo / Luciano Cortopassi


Pontilhismo

A oitava e última exposição coletiva impressionista (1886) foi dominada por artistas da nova geração, os chamados neo- impressionistas, alguns deles recém – chegados a Paris. Entre esses jovens pintores encontravam-se Georges Seurat (1859-1891), Paul Signac (1863-1935) e Henri – Edmond cross (1856-1910), que questionavam as idéias impressionistas.Por isso, alguns antigos membros do grupo, como  Monet e Renoir, aceitavam a contragosto a participação dos novatos, embora outros, como Pissarro, acreditassem que era preciso evoluir com os novos tempos.E acabaram incentivando o trabalho dos mais jovens.
Com o Neo-Impressionismo foi colocada em prática uma nova técnica pictórica – o Pontilhismo, também chamado de Divisionismo. Apoiando-se no conhecimento científico da cor, essa técnica usava a divisão sistemática das cores puras para fundi-las não sobre a paleta ou suporte, mas no olho de quem observa a  pintura de uma certa distância.
Os pontilhistas cobriam a superfície da tela com minúsculas pinceladas de pigmentos puros, em forma de pontinhos, para provocar a mistura óptica na retina do observador. Não se tratava de abandonar por completo as normas do Impressionismo, mas de explorar ao máximo  suas conquistas. Pretendia-se, assim, substituir a intuição pelo método e pela reflexão, preocupação típica dos pintores do fim do século XIX, que buscavam a correspondência entre o desenvolvimento artístico e os avanços científicos da época.
A principal figura do Pontilhismo é Georges Seurat, autor dos famosos quadros “Um Banho em Asnières (1883/84) , e “Um Domingo de Verão na Ilha da Grande Jatte (1884/86). Segundo alguns historiadores da arte, Seurat  teria encontrado o fundamento teórico de sua pintura no tratado “Modern Chromatics” do norte-americano Ogden Rood, publicado em 1879.
Aplicando os pequenos toques de cor à tela, Seurat conferia uma clara luminosidade atmosférica à pintura.E essa maneira de pintar logo atraiu vários seguidores, entre eles Signac e Cross, com os quais Seurat fundou em junho de 1884, a Sociedade dos Artistas Independentes, sob a presidência de Odilon Redon (1840-1916).

Texto: Luciano Cortopassi

Georges Seurat

Paul Signac

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