Pintor barroco espanhol nascido em Fuente de
Cantos, Reino de Sevilla, hoje província de Badajoz, considerado um dos mais
talentosos artistas da Contra-Reforma na Espanha, cuja obra foi marcada pela
temática religiosa, em especial retratos de monges e santos. Filho do
comerciante Luís Zurbarán e de sua esposa Isabel Márquez, poucos detalhes são
conhecidos de sua infância e iniciou-se na arte como aprendiz no ateliê do
pintor Pedro Díaz de Villanueva (1564-1654), em Sevilha (1614), com quem
estudou cerca de três anos e tornou-se conhecido com a tela Imaculada Conceição
(1616), de clara influência do naturalismo de Caravaggio. De volta a sua cidade
natal, casou-se (1617) com María Páez e morou em Llerena, Extremadura
(1617-1628). Viúvo e pai de três filhos, María, Juan e Isabel Paula, novamente
se casou (1625), então com a rica, dez anos mais velha que ele e também viúva
Beatriz de Morales, e mudou-se para Sevilha (1628), onde trabalhou em retratos
e naturezas-mortas, como Plato con limones, cesta con naranjas y taza con una
rosa (1633) e Tazas y vasos (1633), e telas com predominância de temas
religiosos. Trabalhou para a corte espanhola e entre suas importantes obras
para o rei Filipe IV foi a decoração do palácio de Buen Retiro, em Madri, com a
série Trabalhos de Hércules (1634). Essencialmente um pintor provinciano, seus
mais importantes trabalhos foram realizados na Andaluzia e Extremadura. Pintou
na sacristia do mosteiro de Guadalupe (1638-1639) com destaque para a série a
Visão do padre Salmerón, a Missa do padre Cabañuela e a Apoteose de são
Jerônimo. Viúvo novamente (1639) casou-se pela terceira vez (1641) e com outra
viúva, Mariana de Cuadros. Nos anos seguintes seu estilo, marcado pela sua
expressão religiosa, perdeu o vigor, sua fama entrou em decadência e apenas uma
série de pinturas feita para Lima, no Peru, mereceu destaque histórico. Pai do
pintor barroco Juan de Zurbarán (1620-1649), morreu em Madri, pobre e
esquecido, aos sessenta e cinco anos. Suas telas individuais são encontradas em vários museus de muitos
países da Europa e da América, como Cristo en la Cruz (1627), Aparición de San
Pedro (1628), Exposición del cuerpo de San Buenaventura (1629), La virgen niña
en éxtasis (1630), La Crucifixión (1630), Santa Águeda (1630), San Andrés
(1630-1632), Santa Margarita (1631), San Hugo de Grenoble (1633), La defensa de
Cádiz (1634), San Lourenzo (1636), La Anunciación (1638), Cristo en Emaús
(1639), San Francisco en éxtasis (1639), San Jerónimo flagelado (1639), San
Francisco arrodillado (1658), La Inmaculada Concepción (1661) e a La virgen
(1661), entre outras.
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