terça-feira, 1 de janeiro de 2013

Camile Pissarro Biografia/Luciano Cortopassi

Camile Pissarro nasceu em uma ilha do Caribe, em 10 de julho de 1830. Embora tivesse talento para desenho, seus pais – uma mulata e um judeu francês de origem portuguesa que possuía uma loja de ferragens no porto de Charlotte-Amalie – o incentivaram a ser comerciante. Foi com este objetivo que o enviaram a Paris aos 11 anos de idade para estudar. Lá, morou em uma pensão em Passy, onde o dono Sr Savary o incentivou em seus desenhos sugerindo que desenhasse observando a natureza, ao ar livre. Esta era uma prática incomum naquela época.
Aos 17 anos voltou para a ilha para tomar conta dos negócios da família. Entretanto não abandonou o hábito de desenhar e a paixão pela pintura.  Cerca de cinco anos depois, conheceu e tornou-se amigo do pintor dinamarquês Fritz Melbye. Amizade essa que mudou sua vida: ocorreu que Melbye havia sido enviado pelo governo a uma expedição às Antilhas Dinamarquesas para estudar a Fauna e a Flora locais, e Pissarro decidiu acompanha-lo nesta missão na Venezuela ao longo de dois anos.
Posteriormente, já em Paris, a independência conquistada, ainda que em início de carreira e com a ajuda de Melbye, ele teria outras influências marcantes como Camille Corot, Paul Cézanne, e aquele que viria a ser considerado o maior expoente do impressionismo Claude Monet. Com Monet, passaria a sair para pintar ao ar livre. A esta altura, ele já possuía dois filhos com sua amante Julie Vellay, e o casamento só ocorreu poucos anos depois em 1861. Com Julie teve ao todo oito filhos.
Cartas escritas pelo próprio pintor dão indícios de que havia uma forte preocupação financeira, e esta insegurança era resultado das despesas com uma família numerosa e os poucos recursos que a carreira como artista o oferecera. Apesar disso, os quadros de Pissarro não demonstram cores escuras e traços ou imagens dramáticas, pelo contrário. Embora com alguma dificuldade material, as telas são fartas em contraste de luz e cores, com motivos alegres e pinceladas curtas, sem a preocupação com o contorno, mas buscando a divisão das cores através das marcas de cores isoladas, ressaltando uma espécie de essência das imagens – maior característica das obras impressionistas.
Um fato curioso em sua carreira foi que cerca de 1500 telas pintadas por ele desapareceram de seu ateliê e o artista encarou o fato como forma de libertação. Foi professor e teve alunos como Paul Gauguin,e  ainda o seu próprio filho Lucien Pissarro. Trabahava com tintas a óleo, mas experimentou também aquarelas, pastel, litogravuras e água forte.
Com a influência de artistas neo-impressionistas como George Seurat e Paul Signac, o artista chegou a investir temporariamente na técnica conhecida como Pontilhismo. Seu quadro “Les toits rouges, coin du village, effet d’hiver” 1881 é um bom exemplo desta fase. E para a satisfação de seus patrocinadores, admiradores do seu primeiro estilo, ele retoma a técnica inicial.
Pissarro foi o único pintor a participar das oito exposições do grupo de impressionistas entre os anos de 1874 e 1886, e trabalhou até a véspera de sua morte em Paris 1903.












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