sábado, 13 de outubro de 2012

Pintura Naif / Luciano Cortopassi


O adjetivo naïf é o mais empregado para o gênero de pintura chamado também de ingênuo e às vezes primitiva (no Brasil). Na época em que foi lançado, o termo naïf era um apelido, como em outras épocas, os pintores foram chamados de impressionistas, cubistas, futuristas, etc...
Os naïfs, em geral, são autodidatas e sua pintura não é ligada a nenhuma escola ou tendência. Essa é a força desses artistas que podem pintar sem regras, nem constrangimentos. Podem ousar tudo. São os "poetas anarquistas do pincel".

Quem são os pintores naïfs?

Ser naïf é um estado de espírito que leva a uma maneira toda pessoal de pintar. Podemos encontrar pintores naïfs entre sapateiros, carteiros, donas de casa, médicos, jornalistas e diplomatas.A arte naïf transcende o que se convencionou chamar de arte popular.

A Pintura Naïf no Brasil

O Brasil junto com a França, a ex-Iugoslávia, o Haiti e a Itália, é um dos "cinco grandes " da arte naïf no mundo. Um grande número de obras de pintores naïfs brasileiros faz parte do acervo dos principais museus de arte naïf existentes no mundo.
A pintura naïf brasileira é muito rica e cheia de imprevistos. Devido à diversidade de temas relativos à fauna, à flora, ao sincretismo religioso e às suas várias etnias, o Brasil ocupa lugar de destaque no contexto mundial de arte naïf.
Os quadros de naïfs brasileiros são reproduzidos nos mais importantes livros estrangeiros sobre arte naïf. Não há uma exposição naïf internacional importante sem que os artistas naïfs brasileiros sejam convidados a participar.
Em toda a história da pintura brasileira, nunca tantos artistas tiveram suas obras expostas, publicadas, comentadas e citadas como são as dos pintores naïfs. O único pintor brasileiro (entre todas as tendências) a ser premiado numa Bienal de Veneza foi um naïf, Chico da Silva, em 1966, na 33ª Bienal. Ganhou menção honrosa com a sua pintura.
A arte naif é uma criação artística instintiva e espontânea realizada por pintores autodidatas que sentem uma impulsão vital de contar suas experiências de vida.
Podemos dizer que desde o início dos tempos, quando o homem sentiu a necessidade de criar algo com o único intuito de se deleitar, surgiu a arte naif; assim sendo, ela encontra-se presente ao longo da história da humanidade, pelas mãos de indivíduos que, alheios aos movimentos artísticos, sociais e culturais de sua época, criam unicamente movidos por suas emoções.
A denominação “Arte naif” (aplicada para designar um certo grupo de pintores) como utilizamos atualmente, surgiu no fim do século XIX, com a aparição do pintor francês Henri Rousseau no “Salão dos Independentes”, em Paris.
Atualmente podemos dizer que o Brasil é um dos grandes representantes da arte naif mundial.
Por ser um país de imensos contrastes, com uma cultura resultante do amálgama de inúmeras outras (a africana, a européia e a indígena), ele é um canteiro fértil para o surgimento e desenvolvimento dessa forma de expressão artística.
Apesar desse imenso potencial, somente na década de 50, o Brasil começou a dar atenção a esse grupo de artistas, com as primeiras exposições de Heitor dos Prazeres, Cardosinho, Silvia de Leon Chalreo e José Antonio da Silva.
A arte naif é simples, pura, autêntica e não exige prévios conhecimentos intelectuais e artísticos para ser compreendida, chega direto ao nosso coração e toca nossa alma sem subterfúgios, somente ultrapassando o filtro de nossas emoções






Nenhum comentário:

Postar um comentário