sábado, 20 de outubro de 2012

Diego Velásquez /Luciano Cortopassi


Diego Rodríguez de Silva Velázquez pintou cerca de cem quadros, obras de grande valor. O seu naturalismo barroco permitiu-lhe captar, como ninguém, o que via. Atingiu um conjunto de conquistas que não encontraria semelhança até o século 19. Altivo, inteligente, conhecedor da história da arte, retratista da família real, alcançou as honras de cavaleiro da Ordem de Santiago por sua fidelidade à Coroa.
Os pais de Velázquez chegaram a Sevilha no final do século 16. Seu pai era um fidalgo de origem portuguesa e logo percebeu a aptidão do filho para a pintura. Velázquez teve como mestres Francisco Herrera, o Velho, e em 1610 entrou para o ateliê de Francisco Pacheco. Ali permaneceu por muitos anos, obtendo, em 1617, o diploma de pintor e, no ano seguinte, desposando Joana, filha de seu mestre. Nessa época, suas obras mostram influências do naturalismo de Caravaggio e Pieter de Aertsen. Em 1622 Velázquez foi chamado a Madri para pintar o monarca Felipe 4º após a coroação, pois já eram famosas as suas obras "Velha fritando ovos", "Adoração dos Magos" e "O aguadeiro de Sevilha".
Quando o pintor flamengo Rubens visitou a corte madrilena, o único pintor que desejou conhecer foi Velázquez. Os dois tornaram-se próximos e chegaram a viajar juntos. Rubens estimulou-o a viajar para a Itália, onde permaneceu de 1629 a 1631. Lá descobriu a escola veneziana, e estudou Ticiano, Tintoretto e Veronese. Pintou "A forja de Vulcano" e "A túnica ensangüentada de José levada a Jacó" (ambas as telas com a influência de El Greco).
Regressando a Espanha em 1631, Velázquez deu início à sua fase mais produtiva. Para o palácio de Bom Retiro fez retratos eqüestres de Felipe 4º e pintou "A rendição de Breda"(1634-1635). Em 1649 retornou à Itália em missão oficial, para adquirir peças para a coleção real espanhola. Antes de voltar a Madri, pintou o retrato do papa Inocêncio 10º (1650), que lhe valeu celebridade internacional, e duas paisagens, ou seja, duas vistas da Vila Médici em Roma. Em Madri foi encarregado da decoração dos palácios reais. Nessa época pintou os retratos da rainha Mariana e da infanta Maria Teresa (que posteriormente se tornaria rainha da França). Por volta de 1655 pintou "As Fiandeiras" e, no ano seguinte, concluiu "As Meninas", composição que os críticos consideram sua obra-prima, síntese de seu realismo e de seu idealismo.








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