Falar da arte de Gastão Formenti exige, antes de tudo, possuir a sensibilidade para compreender a obra de um dos mais talentosos artistas de sua época. Aquele tempo que não volta mais, mas que ainda deixa, em nossa memória, um sentimento nobre que só é peculiar aos homens de um grande coração – o coração do poeta, que consegue atingir o ápice das coisas belas.
Assim o foi Gastão, numa época em cujas ruas da “Cidade Maravilhosa”, chamada Rio de Janeiro, circulavam pelas calçadas as figuras de Pixinguinha, João do Rio, Raul Perdeneiras, Olavo Bilac, Manoel Santiago, Antonio Parreiras e tantos outros mestres. Uns poetas, outros pintores. Uns pintavam com a Alma, outros, com tintas e pincéis. Pena que o tempo não volta mais e, mais pena ainda, que tudo já não é como o fora antes – fica tudo arquivado nas gavetas da memória!
Vale também lembrar que a Escola Nacional de Belas Artes era o núcleo de efervescência cultural e artística do Rio de Janeiro. Por lá passaram artistas como Eliseu Visconti, Gustavo Dall’ara, Antonio Parreiras, Manoel Santiago, Paulo do Vale Júnior, Rodolfo Amoedo, Henrique Bernardelli, dentre outros que, soberbamente enriqueceram, e muito, a nossa história da arte.
Gastão Formenti é mais um dos grandes artistas do nosso imenso Vale do Paraíba que freqüentou esse núcleo e conquistou essa história. Paisagista e possuidor de extrema sensibilidade no trato com as cores, as luzes e a harmonia da natureza. Ao longo de sua carreira, retratou belas paisagens do Rio de Janeiro, São Paulo, mas sem esquecer jamais de suas raízes.
Nasceu no dia 24 de junho de 1894, na cidade de Guaratinguetá, Estado de São Paulo.
Sua carreira artística teve início no ano de 1910, com o mestre Pedro Strina, em São Paulo. Por volta de 1918, ainda jovem, segue para o Rio de Janeiro, onde passa a residir com seu pai, Alexandre César Formenti. Nessa época, passa a dedicar-se na execução de vitrais. Área que Gastão soube extravasar seu sentimento poético e religioso, resultando em obras de elevado valor artístico. A família Formenti era rica culturalmente. Gastão tinha também uma irmã, Sara Formenti, escultora privilegiada de grande talento.
Segundo Theodoro Braga, (que era pintor, ilustrador e historiador), que publicou o livro “Artistas Pintores no Brasil”, de 1942, Gastão recebeu as medalhas de Bronze e de Prata nos salões de arte da ENBA (Escola Nacional de Belas Artes). Sua participação, nesses salões, deu-se até o ano de 1961.
Em São Paulo, no Salão Paulista de Belas Artes de 1940, conquistou a Medalha de Prata. O artista participou também do Primeiro Salão da Primavera, 1923, além de realizar exposições individuais no Rio de Janeiro, na década de 1940.
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